O 6.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa inaugurará o seu programa de actividades culturais com o 27º Festival da Lusofonia que terá lugar de 25 a 27 de Outubro e 1 a 3 de Novembro, celebrando a diversidade cultural do mundo lusófono. Com artistas renomados como Fernando Daniel e Yuri da Cunha, o festival contará com uma variedade de actividades, incluindo música, dança, exposições de arte e cinema. Este ano, o evento estende-se por dois fins de semana, permitindo maior participação do público e reafirmando Macau como um importante centro de intercâmbio cultural
O
6.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países
de Língua Portuguesa está prestes a apresentar a visitantes e residentes uma
programação que promete destacar a riqueza e a diversidade cultural lusófona.
Este ano, o Festival da Lusofonia inaugura a programação, entre os dias 25 e 27
de Outubro e 1 e 3 de Novembro, que terá a participação de artistas renomados,
incluindo o cantor português Fernando Daniel e o angolano Yuri da Cunha, cujas
performances visam enriquecer ainda mais a experiência cultural do evento, que
marca o seu 27.º ano em celebração da cultura e arte dos países de língua
portuguesa.
Pela
primeira vez, o festival estende-se por dois fins de semana, permitindo uma
“maior participação da comunidade e dos visitantes”. A decisão de alargar o
evento foi tomada para proporcionar mais oportunidades de intercâmbio cultural,
segundo Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural (IC), responsável pela
organização. O festival terá como palco principal a tradicional zona das Casas
da Taipa, onde serão realizadas diversas actividades culturais, incluindo
música, dança, gastronomia e exposições de arte.
Para
além de Fernando Daniel e Yuri da Cunha, o festival contará com uma gama de
artistas provenientes de diferentes países lusófonos. Entre os destacados estão
a cantora moçambicana Selma Uamusse, o brasileiro Filipe Toca, e o grupo de
funaná cabo-verdiano Ferro Gaita. A programação também incluirá a cantora
guineense Nené Pereira, o grupo de dança GE Dancers, representando a Guiné
Equatorial, o grupo cultural 100% Santola de São Tomé e Príncipe, e o grupo de
dança timorense Le-Ziaval.
Além
de performances de música, também haverá a participação do grupo de dança Daman
Darshan, a representar o legado cultural de Goa, Damão e Diu. Com um ‘line-up’
diversificado, o festival procurará animar os palcos com performances que
reflectem a vitalidade e variedade da cultura lusófona.
Música e exposições
O
festival não se limita apenas às apresentações musicais do Festival da
Lusofonia. Inserida no programa do 6.º Encontro em Macau, será realizada a
Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa, entre
os dias 25 de Outubro e 9 de Fevereiro de 2025, que trará obras de 23 artistas,
como Manuela Pimentel e João Alexandrino, conhecido como JAS. Com um total de
136 peças em exibição, a mostra abordará o tema “Memórias, Legados, Mutações” e
estará disponível no Museu de Arte de Macau, na Galeria de Exposições das Casas
da Taipa e na Rua da Felicidade. Além disso, o programa incluirá um mural
criado pelo artista brasileiro Eduardo Kobra, famoso por cobrir edifícios
inteiros com coloridas pinturas, chegando a receber o recorde de maior mural
pelo Guinness World Records em 2017 com a obra “Cacau é Show” de 5724 metros
quadrados.
Simultaneamente,
será promovido um Festival de Cinema que apresentará cerca de 30 filmes
chineses e dos países de língua portuguesa, com a intenção de proporcionar um
espaço de diálogo cultural e artístico, entre 22 de Novembro e 7 de Dezembro,
em três locais da cidade, incluindo sessões na Cinemateca Paixão e nos
Estaleiros Navais de Lai Chi Vun. A programação do festival também será
complementada com uma Exposição de Livros Ilustrados e infantis, a realizar-se
numa das Casas da Taipa que leva o nome de Casa da Nostalgia, permitindo que
famílias e crianças se envolvam com a literatura em português e chinês, entre
25 de Outubro e 5 de Novembro.
Ainda
dentro do programa deste 6º Encontro, o concerto do cantor cabo-verdiano Tito
Paris com a Orquestra Chinesa de Macau, agendado para 15 de Novembro, será um
dos pontos altos do evento. Leong Wai Man referiu que esta colaboração com Tito
Paris, famoso por integrar morna com jazz, seria uma “nova ideia”, em
comparação com as edições anteriores, que se focaram na fusão do fado com a
música chinesa. É de relembrar que no dia 4 de Novembro, a fadista Mariza irá
actuar com a mesma orquestra para fechar o Festival Internacional de Música de
Macau.
O
título de Macau como “Centro de Intercâmbio Cultural” entre a China e os países
de língua portuguesa será consolidado através de actividades que promovem a
interacção e a aprendizagem mútua. Estão previstas várias oficinas, palestras e
workshops, incluindo um workshop de prova de vinhos, em três
datas diferentes, 23 e 30 de Novembro e 7 de Dezembro, com duas sessões por
dia.
Leong
Wai Man enfatiza a importância dessa interacção cultural ao afirmar que o
festival representa uma “oportunidade significativa” para as comunidades de
língua portuguesa mostrarem a sua cultura num contexto onde a cultura chinesa é
predominante. Através do evento, o IC espera não apenas celebrar as raízes
culturais, mas também fomentar a criatividade e a colaboração artística entre
diferentes nações.
Com
uma participação esperada de mais de 700 artistas e a realização de mais de 70
sessões de actividades, o Festival da Lusofonia em Macau eleva-se como um
importante acontecimento cultural, reiterando o papel de Macau como uma
plataforma de intercâmbio cultural entre a China e os Países de Língua
Portuguesa.
Apesar
da diminuição do orçamento, de 9,6 milhões de patacas na edição do ano anterior
para cerca de 8 milhões de patacas, a direcção do festival mantém a sua ambição
de proporcionar uma experiência rica e diversificada ao público. A expectativa
é de que o evento não apenas atraia um grande número de visitantes, mas que
também continue a promover a herança cultural das comunidades de língua
portuguesa em Macau. Elói Carvalho – Macau in “Ponto
Final”
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