Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Macau - 27º Festival da Lusofonia

O 6.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa inaugurará o seu programa de actividades culturais com o 27º Festival da Lusofonia que terá lugar de 25 a 27 de Outubro e 1 a 3 de Novembro, celebrando a diversidade cultural do mundo lusófono. Com artistas renomados como Fernando Daniel e Yuri da Cunha, o festival contará com uma variedade de actividades, incluindo música, dança, exposições de arte e cinema. Este ano, o evento estende-se por dois fins de semana, permitindo maior participação do público e reafirmando Macau como um importante centro de intercâmbio cultural

O 6.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa está prestes a apresentar a visitantes e residentes uma programação que promete destacar a riqueza e a diversidade cultural lusófona. Este ano, o Festival da Lusofonia inaugura a programação, entre os dias 25 e 27 de Outubro e 1 e 3 de Novembro, que terá a participação de artistas renomados, incluindo o cantor português Fernando Daniel e o angolano Yuri da Cunha, cujas performances visam enriquecer ainda mais a experiência cultural do evento, que marca o seu 27.º ano em celebração da cultura e arte dos países de língua portuguesa.

Pela primeira vez, o festival estende-se por dois fins de semana, permitindo uma “maior participação da comunidade e dos visitantes”. A decisão de alargar o evento foi tomada para proporcionar mais oportunidades de intercâmbio cultural, segundo Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural (IC), responsável pela organização. O festival terá como palco principal a tradicional zona das Casas da Taipa, onde serão realizadas diversas actividades culturais, incluindo música, dança, gastronomia e exposições de arte.

Para além de Fernando Daniel e Yuri da Cunha, o festival contará com uma gama de artistas provenientes de diferentes países lusófonos. Entre os destacados estão a cantora moçambicana Selma Uamusse, o brasileiro Filipe Toca, e o grupo de funaná cabo-verdiano Ferro Gaita. A programação também incluirá a cantora guineense Nené Pereira, o grupo de dança GE Dancers, representando a Guiné Equatorial, o grupo cultural 100% Santola de São Tomé e Príncipe, e o grupo de dança timorense Le-Ziaval.

Além de performances de música, também haverá a participação do grupo de dança Daman Darshan, a representar o legado cultural de Goa, Damão e Diu. Com um ‘line-up’ diversificado, o festival procurará animar os palcos com performances que reflectem a vitalidade e variedade da cultura lusófona.

Música e exposições

O festival não se limita apenas às apresentações musicais do Festival da Lusofonia. Inserida no programa do 6.º Encontro em Macau, será realizada a Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa, entre os dias 25 de Outubro e 9 de Fevereiro de 2025, que trará obras de 23 artistas, como Manuela Pimentel e João Alexandrino, conhecido como JAS. Com um total de 136 peças em exibição, a mostra abordará o tema “Memórias, Legados, Mutações” e estará disponível no Museu de Arte de Macau, na Galeria de Exposições das Casas da Taipa e na Rua da Felicidade. Além disso, o programa incluirá um mural criado pelo artista brasileiro Eduardo Kobra, famoso por cobrir edifícios inteiros com coloridas pinturas, chegando a receber o recorde de maior mural pelo Guinness World Records em 2017 com a obra “Cacau é Show” de 5724 metros quadrados.

Simultaneamente, será promovido um Festival de Cinema que apresentará cerca de 30 filmes chineses e dos países de língua portuguesa, com a intenção de proporcionar um espaço de diálogo cultural e artístico, entre 22 de Novembro e 7 de Dezembro, em três locais da cidade, incluindo sessões na Cinemateca Paixão e nos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun. A programação do festival também será complementada com uma Exposição de Livros Ilustrados e infantis, a realizar-se numa das Casas da Taipa que leva o nome de Casa da Nostalgia, permitindo que famílias e crianças se envolvam com a literatura em português e chinês, entre 25 de Outubro e 5 de Novembro.

Ainda dentro do programa deste 6º Encontro, o concerto do cantor cabo-verdiano Tito Paris com a Orquestra Chinesa de Macau, agendado para 15 de Novembro, será um dos pontos altos do evento. Leong Wai Man referiu que esta colaboração com Tito Paris, famoso por integrar morna com jazz, seria uma “nova ideia”, em comparação com as edições anteriores, que se focaram na fusão do fado com a música chinesa. É de relembrar que no dia 4 de Novembro, a fadista Mariza irá actuar com a mesma orquestra para fechar o Festival Internacional de Música de Macau.

O título de Macau como “Centro de Intercâmbio Cultural” entre a China e os países de língua portuguesa será consolidado através de actividades que promovem a interacção e a aprendizagem mútua. Estão previstas várias oficinas, palestras e workshops, incluindo um workshop de prova de vinhos, em três datas diferentes, 23 e 30 de Novembro e 7 de Dezembro, com duas sessões por dia.

Leong Wai Man enfatiza a importância dessa interacção cultural ao afirmar que o festival representa uma “oportunidade significativa” para as comunidades de língua portuguesa mostrarem a sua cultura num contexto onde a cultura chinesa é predominante. Através do evento, o IC espera não apenas celebrar as raízes culturais, mas também fomentar a criatividade e a colaboração artística entre diferentes nações.

Com uma participação esperada de mais de 700 artistas e a realização de mais de 70 sessões de actividades, o Festival da Lusofonia em Macau eleva-se como um importante acontecimento cultural, reiterando o papel de Macau como uma plataforma de intercâmbio cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Apesar da diminuição do orçamento, de 9,6 milhões de patacas na edição do ano anterior para cerca de 8 milhões de patacas, a direcção do festival mantém a sua ambição de proporcionar uma experiência rica e diversificada ao público. A expectativa é de que o evento não apenas atraia um grande número de visitantes, mas que também continue a promover a herança cultural das comunidades de língua portuguesa em Macau. Elói Carvalho – Macau in “Ponto Final”


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