O historiador António Egídio de Sousa Santos lançou no
auditório da Universidade Rainha Njinga, em Malanje, a obra “Njinga a Mbande –
Rainha de Ndongo e de Matamba”, sob a chancela da Mayamba Editora
Segundo
a nota de imprensa enviada pela editora, a sessão de venda e autógrafos foi
precedida de uma palestra sobre a rainha e o seu legado, proferida pelo
autor.
Na
obra, António Egídio de Sousa Santos “Disciplina”, antigo chefe do Estado-Maior
General das Forças Armadas Angolanas, faz o retrato da vida desta guerreira que
considera mulher destemida e prodigiosa. O historiador destacou, entre outros
pontos, que o seu reino lhe foi tirado, travou uma guerra contra a escravização
do seu povo, sublinhando, igualmente, que Njinga a Mbande perdeu muitas
batalhas, mas nunca a guerra, assim como viveu e morreu rainha.
“Para
o seu povo, e ainda hoje, quase quatro séculos depois, para todos os povos de
Angola, continua viva, porque se tornou um símbolo. Figura lendária de uma
África negra implacavelmente martirizada, Njinga deveria despertar as nossas
consciências adormecidas, ainda devedoras desses tristes séculos de infâmia.
O
espírito de resistência e liberdade simbolizado pela Rainha Njinga espalhou-se
muito para além das fronteiras de Angola”, lê-se no comunicado. Detentora de
uma história que tem inspirado pessoas de diversas nacionalidades, a nota
refere que Njinga a Mbande encarna uma imagem central da história africana, a
de resistência aos objectivos colonialistas da Europa.
Após
a morte de Njinga, sustenta o comunicado, muitos países africanos resistiram e
lutaram durante séculos pela Independência, que só obtiveram durante o século
XX, pelo que, em África, a memória desta rainha foi fonte de inspiração na luta
pela Independência.
Antigo
chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, António Egídio de
Sousa Santos nasceu em Kalandula, na província de Malanje. Em 1985,
licenciou-se em Filologia pela Escola Superior Político-Militar de Lviv, na
Ucrânia.
Em
1990, licenciou-se em Ciências da Educação, opção Ensino de História, pelo
Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED Lubango). Em 1994, em França,
obteve o “Diplôme d’Études Approfondies” em História da África Negra pela
Université de Paris I, Panthéon-Sorbonne, e, em 2004, obtém o grau de Doutor
(Ph.D) em História e Civilizações pela École des Hautes Études en Sciences
Sociales.
Com
vasta e longa experiência no ensino da História da Antiguidade e Etnologia
Africana, é membro investigador do Arquivo Histórico Nacional de Angola e
professor de História de África na Universidade Agostinho Neto.
Publicou
as obras “A Cidade de Malanje na História de Angola, dos finais do século XIX
até 1975” (Nzila, 2006), “O Itinerário Yaka no Território Angolano e sua
Influência no Desenvolvimento Cultural da Região”, “Esboço da História Política
de Angola – Como poderia silenciar-me?” (Kilombelombe, 2013) e “Cidades,
organização do espaço e sociedades em Angola” (Mayamba Editora, 2020). Katiana
Silva – Angola in “Jornal de Angola”
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