A
desflorestação no Brasil caiu 32,4% no ano passado face a 2023 e, pela primeira
vez em seis anos, registou-se um recuo da destruição em todos os biomas
nacionais, informou a Rede MapBiomas.
A
organização não-governamental (ONG) – que desde 2019 consolida os alertas de
desflorestamento de todos os satélites utilizados pelo Governo, entidades
académicas, entidades privadas e ONG do Brasil -, destacou no seu relatório
anual que o número de alertas de destruição em áreas maiores que 100 hectares,
por exemplo, teve uma redução de 31% face a 2023.
Ao
longo do ano passado, a área média desflorestada por dia foi de 3403 hectares –
ou 141,8 hectares por hora. No caso da Amazónia brasileira, foram devastados 1035
hectares por dia, ou cerca de sete árvores por segundo. No Cerrado, o ritmo da
perda foi mais intenso, com perdas de 1786 hectares por dia.
Pelo
segundo ano consecutivo, o Cerrado foi o bioma com a maior área desflorestada
no Brasil, perdendo no ano passado 652.197 hectares de vegetação nativa, mais de metade (52,5%)
do total desflorestado no Brasil no ano passado.
A
Amazónia ficou em segundo lugar, com 30,4% da área desflorestada no Brasil (377.708 hectares),
registando a menor área desflorestada dos seis anos da série histórica da
sondagem do Mapbiomas, iniciada em 2019. Juntos, Amazónia e Cerrado responderam
por quase 89% da área desflorestada do país sul-americano em 2024.
A
Caatinga, bioma localizado no nordeste do país, vem em terceiro lugar, com 14%
de área (174.511
hectares) devastados, seguida do Pantanal, localizado no centro-oeste do país,
onde as perdas de vegetação no bioma corresponderam a 1,9% da destruição da no
Brasil ou 23.295
hectares, da Mata Atlântica (1,1%, ou 13.472 hectares).
Já
o Pampa, bioma no sul do Brasil, apareceu com a menor área desflorestada, com
0,1% de perda do total da área.
Todos
os biomas brasileiros tiveram redução na área desflorestada em 2024, com
exceção da Mata Atlântica, o bioma com a maior parte de sua área florestal já
desmatada e que se localiza no litoral do Brasil. Esse bioma manteve-se estável
após uma queda de quase 60% no desflorestamento observada em 2023 (13.212 hectares), na
comparação com 2022 (29.721
hectares).
No
relatório também se aponta que dois terços das Terras Indígenas do Brasil não
registaram qualquer evento de desflorestação em 2024, ano em que apenas 33% das
terras indígenas no Brasil tiveram ao menos um evento de desmatamento
detectado. “Juntos, esses eventos somaram 15.938 hectares de perda de vegetação nativa
dentro de Terras Indígenas, uma redução de 24% no desflorestamento face a 2023.
Essa área equivale a 1,3% do total de vegetação nativa destruída no Brasil no
ano passado”, conclui-se no relatório. In “Ponto
Final” - Macau
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