Estava nas minhas horas de
lazer e decidi ver um pouco de televisão, que acontece esporadicamente, quando
entra em minha casa, pelo televisor, um senhor sorridente a afirmar que a
contratação de enfermeiros tinha sido realizado por um transparente concurso
público, tendo sido acautelados os interesses do Estado e dos contribuintes (o
meu), e como tal, tinha sido aceite a proposta mais vantajosa.
Veio-me à memória os tempos
idos de 1985, quando nos falavam da melhoria salarial que seria a entrada no
ano seguinte na CEE, para auferirmos vencimentos condignos, idênticos aos
praticados nos futuros parceiros comunitários.
No dia seguinte encontrei um
amigo meu, comerciante, do ramo do pronto-a-vestir, que tinha visto um programa
com comentadores e políticos a falarem sobre umas certas parcerias, ele não
percebeu bem, mas ficou com a ideia que havia uma grande trapaça.
Resolvi explicar-lhe que
estava a falar de contratos de parceria público-privadas e para melhor
compreender iria criar um cenário, em que ele arranjava uma boa loja, o Estado
pagava-lhe as obras, ele apetrechava o espaço com a roupa e quando chegasse o
fim da estação, o Estado lhe pagaria as roupas que entretanto não tinha
vendido.
Respondeu-me que não havia
ninguém que fizesse um contrato assim, e eu sorri, com aquele sorriso que tinha
visto num desavergonhado, que tinha entrado sem licença, pela minha casa
adentro, através do visor da televisão. Baía
da Lusofonia
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