Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 13 de dezembro de 2025

Guiné Equatorial - A UNESCO reconhece o "Nvet Oyeng" e o regista como Património Mundial

A decisão representa uma vitória histórica para o povo Ekang e para os países onde esta tradição ainda está viva, como a Guiné Equatorial, Camarões, Gabão e Congo


Assim como fez anteriormente com o Ntonobé (uma dança cultural bantu específica do povo Fang, usada para o culto divino durante homilias), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) inscreveu oficialmente o Nvet Oyeng na Lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade que Necessita de Salvaguarda Urgente. Esta decisão representa uma vitória histórica para o povo Ekang e para os países onde esta tradição permanece viva, como Camarões, Gabão, Congo e Guiné Equatorial.

O reconhecimento internacional oferece um apoio crucial aos esforços de conservação desta prática ancestral, considerada um dos pilares de identidade mais emblemáticos da comunidade Ekang.

Nvet Oyeng é uma manifestação artística de natureza musical e narrativa que combina canções épicas, histórias mitológicas, danças e a execução de um instrumento de cordas tradicional.

A UNESCO explica que esta arte engloba as histórias, o contador de histórias, o instrumento e o músico, constituindo um sistema cultural completo.

Durante as apresentações, o público participa ativamente com palmas, cantos e tambores, criando uma interação constante entre o artista e a comunidade. Existem duas variações principais: a forma sagrada, reservada para eventos importantes e transmitida por meio de um rigoroso processo de iniciação; e a forma popular, mais acessível, apresentada em celebrações públicas e desempenhos contemporâneos. Ambas as expressões compartilham uma função essencial: garantir a continuidade da memória coletiva do povo Ekang.

A organização internacional também destacou a importância de outros sítios culturais na região, como Guruna, um retiro tradicional e centro de aprendizagem comunitária utilizado pela comunidade Massa, localizado em ambas as margens do rio Logone, entre o Chade e os Camarões. Este reconhecimento reforça o valor do património vivo de África e a necessidade de preservar as suas expressões mais vulneráveis.

Na Guiné Equatorial, a inscrição da arte Nvet Oyeng reviveu a memória de grandes mestres que dedicaram as suas vidas a esta tradição. Entre eles, destaca-se o célebre trovador Eyi Muan Ndong, considerado um ícone cultural e um dos mais profundos conhecedores de Nvet na região. O seu legado, ainda vivo na memória coletiva, é hoje um símbolo de orgulho para o país e um ponto de referência essencial na história artística da África Central.

A decisão da UNESCO agora apela aos Estados envolvidos para que reforcem os seus mecanismos de proteção cultural, a fim de garantir que Nvet Oyeng continue sendo transmitido às novas gerações e mantenha o seu lugar como património vivo da humanidade. Benjamin Eyang – Guiné Equatorial in “Real Equatorial Guinea”


Cabo Verde - Élida Almeida junta-se às Freirianas Guerreiras no single "Nka ta Pasa"

A cantora Élida Almeida acaba de lançar o seu mais novo single “Nka ta Pasa” com a colaboração do grupo de batucadeiras Freirianas Guerreiras


Segundo a Harmonia, Nka Ta Pasa é um retrato vibrante do quotidiano cabo-verdiano, inspirado na dinâmica viva dos mercados da ilha natal de Elida Almeida.

A mesma fonte destaca que, no tema, Elida une-se às Freirianas Guerreiras, igualmente naturais da mesma ilha, para dar voz a duas mulheres envolvidas numa discussão acesa, alimentada pelas intrigas e mexericos que circulam à sua volta.

“Entre provocações, na gíria local, mal-entendidos e uma quase disputa de poder, em tom de jogo de comparações, as protagonistas confrontam-se num cenário onde a comunidade as observa, comenta e amplifica o conflito”, relata.

A Harmonia sublinha que, por detrás da tensão, a música revela também ironia, humor e humanidade, mostrando como, nas relações do dia a dia, as divergências podem transformar-se em força, purificação e união.

“Entre ritmos quentes, vozes expressivas e uma narrativa muito expressa visualmente, Nka Ta Pasa comemora o espírito resiliente da mulher cabo-verdiana e a energia dos mercados que são palco de histórias, encontros e pequenos dramas da vida real”, aponta. Dulcina Mendes – Cabo Verde in “Expresso das Ilhas”



Cabo Verde - No Dia Nacional da Morna, Assol Garcia lança Rapsódia de Mornas III

Trata-se de um projeto de regravações de mornas clássicas que já vai na terceira edição


A cantora Assol Garcia lançou online no Dia Nacional da Morna, 3 de dezembro, o videoclipe do projeto musical Rapsódia de Mornas III. Trata-se de um trabalho que consiste na regravação de mornas clássicas.

O projeto integra oito faixas nomeadamente Anjo Negra (Luís Lima / Paulino Vieira), N’Têro Di Camponês (Ney Fernandes), Gardenia (Manuel D’Novas), Laura (Manuel Clarinete), Salva Nha Criola (Adalberto Silva “Betú”), Jam Sperôb Tcheu (Jacqueline Fortes), Canter D’Felicidade (Luís Lima / Paulino Vieira) e Talvez (B.Leza).

O Rapsódia III contou com a colaboração de músicos como Kim Alves nas guitarras, piano e violino, Denis Mota no cavaquinho, Calu Monteiro na percurssão, Djim Job no baixo, Bengisu Gokce e Brian Urra no violino, José Timas na guitarra de 12 cordas, Heitor Murilo no trompete e José Galvão e Yah-yass no coro.

O seu grande sonho é cantar com uma orquestra e deseja levar a música tradicional de Cabo Verde mais longe e a mais palcos possível, mantendo sempre o compromisso de representar a alma e a cultura do país.

Depois de ter atuado em setembro em Cabo Verde e mais tarde na Expo 2025 no Japão, a artista que reside atualmente nos EUA tinha programado voltar a Cabo Verde para atuar em São Vicente, onde o concerto foi adiado após a passagem da tempestade Erin.

Em entrevista ao Balai, Assol Garcia tinha revelado que em 2026 vai começar a gravar um novo EP, a ser produzido por Toy Vieira, e conta com espetáculos marcados na Europa. In “Balai Cabo Verde” – Cabo Verde


sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Portugal - Caso vençam o concurso nacional, vários artistas anunciam boicote ao Festival da Eurovisão

"Não aceitamos a cumplicidade na violação dos Direitos Humanos", afirmaram os artistas portugueses em comunicado conjunto, referindo-se às ações de Israel em Gaza, que uma investigação independente das Nações Unidas considerou um genocídio


A participação de Portugal no Festival Eurovisão da Canção do próximo ano estará em risco?

Após a notícia de que a Islândia se juntou à Irlanda, Espanha, Holanda e Eslovénia na desistência de participar do Eurovision 2026 , 17 artistas e intérpretes portugueses no Festival da Canção anunciaram que se recusam a representar Portugal caso vençam a competição nacional.

Os participantes da disputa interna para eleger um representante divulgaram uma declaração protestando contra a participação controversa de Israel na competição.

Os signatários incluem Cristina Branco, Bateu Matou, Rita Dias, DjoDje, Beatriz Bronze (Evaya), Francisco Fontes, Gonçalo Gomes, Inês Sousa, Jorge Gonçalves (Jacaréu), Marquise, Nunca Mates o Mandarim e Pedro Fernandes.

“Com palavras e canções, agimos dentro das possibilidades que nos são dadas. Não aceitamos a cumplicidade com a violação dos Direitos Humanos”, afirmaram.

“Apesar da proibição da Rússia no Festival Eurovisão da Canção 2022 por razões políticas (a invasão da Ucrânia), ficamos surpresos ao ver que a mesma postura não foi adotada em relação a Israel, que, segundo as Nações Unidas, está a cometer atos de genocídio contra os palestinianos em Gaza.”

A emissora portuguesa RTP emitiu um comunicado em resposta às declarações dos artistas, afirmando: “Independentemente da decisão dos artistas que subscrevem a declaração, a RTP voltará a organizar o Festival da Canção e reafirma a sua participação no Festival Eurovisão da Canção 2026.”

Salvador Sobral, o único artista português a vencer o Festival Eurovisão da Canção, criticou a posição da RTP num vídeo publicado nas redes sociais, no qual acusou a emissora portuguesa de "covardia política".

A indignação também chegou ao público português, que lançou uma petição exigindo a retirada imediata de Portugal do Festival Eurovisão da Canção.

Já assinado por mais de 26 mil pessoas, o documento destaca que o voto do RTP a favor da participação de Israel "coloca Portugal do lado errado da história".

"Essa postura é inaceitável diante da catástrofe humanitária em curso e da ofensiva militar na Faixa de Gaza, e diante dos escândalos de manipulação de votos que macularam a edição de 2025 em Basileia, comprovando a incapacidade da organização (EBU) de conter a politização do evento", diz o texto. Euronews.culture


Centro de Estudos Internacionais Iscte – 2.ª edição do MOOC Curso Ecoprise – Inscrições abertas até 25 de Janeiro

O curso Ecoprise é o primeiro MOOC internacional que prepara estudantes, formadores, profissionais, empreendedores e organizações a inovar com as competências necessárias à criação e ao design de projetos regenerativos e sustentáveis.


Formação online, transversal e abrangente, inspirada pelos princípios da permacultura e do EDE (Ecovillage Design Education) aplicada à inovação social e economia regenerativa para formar “ecopreuneurs” em Ecoprise designers. Está dividido em 5 módulos com conteúdos teóricos e vídeo-aulas, atividades práticas e case-studies de aplicação em contexto real. É acreditado pela UE com microcredenciais ECTs e certificação de nível EQF5.

✔️Conteúdos inovadores: ecoempreendedorismo, design regenerativo, economia circular, regenerative business models, inovação social, permacultura, ecovillage design, green skills, digital skills, entre muitos outros

✔️ Certificação internacional: EQF 5 | 20 ECTS (ou microcredenciais por módulo)

✔️ Experiência internacional: MOOC online + visitas de estudo locais + painéis internacionais + extra*

✔️ Oportunidade única: os 4 melhores projetos e alunos/as serão selecionados para participar numa visita de estudo internacional à Lituânia em 2026

📅 Datas:

  • Ronda 2: Final de Fevereiro – Início de Julho 2026

⚠️ Inscrições abertas para a 2ª ronda até 25 de janeiro de 2026

Formulário de candidatura: Formulário de candidatura - curso Ecoprise 

Folheto do curso

Informação completa sobre o curso

Contactos: ecopriseportugal.cei@iscte-iul.pt   | https://ecoprise.eu/


Portugal - Investigadoras do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde ajudam a desvendar crimes sexuais

Nova tecnologia de ADN vai ajudar a separar e a analisar amostras complexas que contêm misturas biológicas da vítima e do agressor


Contribuir para a resolução de crimes de agressão sexual, que afetam uma em cada 10 mulheres em toda a Europa, e que aumentaram 10% em 2021-2022, é o grande objetivo do CapCell, um projeto recentemente financiado com 4,5 milhões de euros pelo programa Horizonte Europa do cluster CL3 Civil Security for Society e que tem como parceiro o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S).

Denominado «Investigação inovadora de vestígios forenses através da microfluídica e da genómica de uma única célula – CapCell», o projeto será desenvolvido por um consórcio que envolve 13 parceiros (incluindo o i3S) de oito países europeus, e será coordenado pela Universidade de Maastricht, num esforço conjunto de institutos de investigação, agentes da autoridade e parceiros da indústria para desenvolver novas metodologias que revolucionem os métodos de análise de ADN para aplicações forenses. Em Portugal, o projeto será coordenado pelas investigadoras Catarina Xavier e Nádia Pinto, do Grupo de Genética Populacional e Evolução – enquadrado na linha de investigação Models in Bioscience (MoBio) – do i3S, que vai receber mais de 200 mil euros para analisar e interpretar dados forenses.

O principal objetivo deste projeto europeu, explica Nádia Pinto, é “desenvolver metodologias e respetivas ferramentas de análise que ajudem a separar e a analisar amostras complexas que contêm misturas biológicas de duas fontes distintas, a vítima e o agressor”.

Atualmente, os métodos forenses ainda têm dificuldade em separar e analisar vestígios biológicos quando contêm células de vários contribuintes ou quando as provas são escassas ou degradadas, levando a resultados que não podem ser usados em tribunal. Isto significa que muitos casos são arquivados e muitos crimes permanecem sem solução e as vítimas ficam sem justiça. O CapCell pretende colmatar esta lacuna, fornecendo novas tecnologias que tornem a perfilagem de ADN mais fiável, mesmo nos casos mais complexos.

Recorrendo a tecnologias de microfluídica e genómica de célula única, “vamos conseguir contornar as limitações das misturas de ADN e identificar autores de crimes em casos em que os métodos convencionais continuam a falhar”. Isto pressupõe, adianta, “o desenvolvimento de protocolos específicos de sequenciação de nível forense, pipelines de análise de dados e diretrizes de interpretação para se adaptarem às especificações de célula única”, acrescenta Catarina Xavier.

Na sequência de todo este trabalho, explica Nádia Pinto, será desenvolvido “um kit móvel com o objetivo de capturar, selecionar, isolar, sequenciar e interpretar células individuais. Será o primeiro sistema forense modular capaz de extrair e analisar células únicas a partir de provas de misturas de ADN, permitindo gerar perfis de ADN de fonte única mesmo a partir de amostras altamente complexas”. Uma vez concluído, o kit poderá ser adotado por institutos forenses e autoridades policiais em toda a Europa no seu trabalho diário.

Dentro do consórcio, o i3S irá co-liderar uma parte do trabalho, juntamente com o Instituto Forense dos Países Baixos, dedicado à análise e interpretação de dados. A vasta experiência do grupo de Genética Populacional e Evolução do i3S, em particular na “análise estatística de misturas e na conceção de pipelines bioinformáticos para a análise de dados de sequenciação de nova geração segundo critérios forenses, será uma contribuição valiosa para o consórcio”, sublinha Catarina Xavier.

Especificamente, o i3S estará envolvido no desenvolvimento de ferramentas bioinformáticas e de diretrizes de interpretação estatística dos dados de sequenciação de uma única célula, alavancados pela aprendizagem automática para automatizar o processo forense. Esta participação “num dos maiores e mais relevantes consórcios da área da investigação em medicina legal e genética forense”, acrescenta Nádia Pinto, “demonstra claramente o impacto que o grupo e o i3S têm na comunidade internacional de investigação em genética forense”.

Sobre o cluster Horizon Europe CL3 Civil Security for Society

O objetivo fundamental do cluster CL3 do Horizonte Europa é “Proteger melhor a UE e os seus cidadãos contra o crime e o terrorismo”, centrando-se na melhoria das metodologias de investigação forense europeias, na recolha de provas e nos intercâmbios transfronteiriços. Nesta candidatura foram apresentadas 126 propostas para oito tópicos (34,2 milhões de euros de financiamento estimado).

No tópico 02 Open topic, foram submetidas 23 propostas, tendo sido aceites para financiamento apenas três (13% de taxa de sucesso), duas das quais com a participação do i3S através de investigadores do grupo de Genética Populacional e Evolução – linha de investigação MoBio. Universidade do Porto - Portugal

 

 


Nações Unidas – Organização Mundial de Saúde e Banco Mundial apontam avanços na cobertura universal de saúde

O Estudo aponta avanços desde 2000, com melhorias no acesso e na redução dos custos diretos. As desigualdades ainda persistem e mais de mil milhões de pessoas continuam sem proteção adequada



O Relatório Global de Monitorização da Cobertura Universal de Saúde 2025 mostra que o Índice de Cobertura de Serviços aumentou de 54 para 71 pontos entre 2000 e 2023.

No mesmo período, a percentagem de pessoas que enfrentam dificuldades financeiras devido a despesas diretas nesse campo diminuiu de 34% para 26%.

Custos de saúde continuam a afetar populações mais pobres

O relatório assinala que as populações mais pobres continuam a suportar o maior peso dos custos de saúde considerados incomportáveis. Estima-se que 1,6 mil milhões de pessoas tenham sido empurradas ainda mais para a pobreza devido às despesas médicas.

No total, cerca de 4,6 mil milhões de pessoas continuam sem acesso a serviços essenciais de saúde e 2,1 mil milhões enfrentam dificuldades financeiras para obter cuidados.

As despesas diretas com medicamentos são identificadas como um dos principais fatores dessas dificuldades: em três quartos dos países com dados disponíveis, os medicamentos representam pelo menos 55% dessas despesas. Entre as pessoas em situação de pobreza, esse valor atinge uma média de 60%.

Ritmo de progresso abranda e desigualdades aumentam

Apesar dos avanços, o relatório indica que o ritmo global de progresso desacelerou desde 2015. Apenas um terço dos países melhora simultaneamente à cobertura de serviços e à redução das dificuldades financeiras.

Todas as regiões da OMS avançaram na cobertura, mas apenas África, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental conseguiram também reduzir o impacto financeiro.

Em 2022, três em cada quatro pessoas nos segmentos mais pobres enfrentaram dificuldades financeiras relacionadas com a saúde, em contraste com menos de uma em cada 25 entre as mais ricas. Mulheres, pessoas em zonas rurais, com menos educação ou em situação de pobreza continuam a relatar maiores dificuldades no acesso aos serviços essenciais.

Perspectivas até 2030 e metas da cobertura universal

Sem uma aceleração dos progressos, o relatório projeta que o índice global de cobertura de serviços chegue apenas a 74 de 100 pontos até 2030.

Nesse cenário, quase uma em cada quatro pessoas continuará a enfrentar dificuldades financeiras no final do período dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

O documento destaca que os avanços em doenças infecciosas impulsionaram a maior parte do progresso registado, enquanto os ganhos em saúde materna, neonatal e infantil foram mais modestos.

O relatório sublinha ainda a importância do reforço dos sistemas de saúde e da proteção social para alcançar a cobertura universal até 2030. ONU News – Suíça

Angola aumenta cobertura de saúde, mas continua entre os piores da lusofonia: Seis em cada 10 pessoas não têm acesso a cuidados básicos de saúde

Apesar do ligeiro aumento na cobertura de serviços, Angola continua entre os países com pior desempenho no acesso a cuidados essenciais de saúde na lusofonia: 56% da população não tem serviços básicos e 40% enfrenta dificuldades financeiras para pagar consultas, exames ou medicamentos

Em Angola, pelo menos seis em cada 10 pessoas (56% da população) continuam sem acesso a cuidados essenciais de saúde e quase quatro em cada 10 (40%) enfrentam dificuldades financeiras graves para pagar consultas, exames ou medicamentos. Estes indicadores colocam o País entre os que apresentam piores níveis de cobertura de serviços de saúde a nível global, segundo o Relatório de Monitorização Global da Cobertura Universal de Saúde 2025, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Banco Mundial (BM).

Apesar de um ligeiro progresso na cobertura de serviços essenciais de saúde na população, entre 2000 e 2023, que passou de 36% para 44%, o País continua abaixo da média da região africana de 51%.

Embora a classificação de Angola esteja ligeiramente acima do nível considerado "baixo", no País o acesso efectivo aos serviços de saúde ainda é limitado. Somente menos da metade da população consegue beneficiar de cuidados essenciais nas áreas de saúde materna, neonatal e infantil, vacinação, doenças infecciosas e não transmissíveis, saneamento e outros serviços hospitalares. Teresa Fukiady – Angola in “Novo Jornal”