Uma exposição, um concerto e uma conferência sobre as diferentes perspectivas da Revolução estão no centro do programa 50 Anos do 25 de Abril que vai decorrer no Museu do Oriente, entre 12 de Abril a 19 de Maio
A
exposição sob o título “Ventos de Liberdade” – com fotografias inéditas que
evocam os valores e a herança da mudança política no país – revelará, a partir
de 16 de Abril, o olhar de Ingeborg Lippmann e Peter Collis, dois
fotojornalistas estrangeiros que acompanharam o processo, e retrataram o que a
revolução transformou.
“A
lente do britânico Peter Collis capta um país em transe, desde os portugueses
anónimos, a protagonistas da cena política da época, e as imagens da alemã
Ingeborg Lippmann focam as mulheres, a paisagem humana no Alentejo no contexto
da reforma agrária”, num país muito rural, descreve um texto da organização.
Comissariada
por Fátima Lopes Cardoso e Pedro Marques Gomes, a exposição, de entrada
gratuita, parte dos seus arquivos, depositados na Fundação Mário Soares e Maria
Barroso, relevados agora pela primeira vez, que poderão ser vistos até 19 de
Maio.
A
par da exposição, será apresentada “A Liberdade”, obra vencedora do concurso de
criação artística “Call4art: 50 Anos do 25 de Abril”, lançado em 2023 pela Fundação Oriente, para encorajar
gerações de artistas plásticos que não viveram a ditadura a reflectir sobre o
legado e valores da revolução.
Da
autoria de Isa Magalhães (aka Kideo Kidō), a instalação “A Liberdade” simboliza
“o impacto positivo desta conquista nas gerações pós-revolução”, e poderá ser
vista até 19 de Maio, segundo a organização.
Também
no dia 16 de Abril, a conferência comemorativa do 50.º aniversário do 25 de
Abril irá reunir testemunhos de quem viveu a revolução em diferentes contextos
lusófonos, bem como um balanço de 50 anos de democracia em Portugal.
A
sessão inicia-se com o relato desta vivência em algumas geografias como Macau e
Timor-Leste, através dos testemunhos do jornalista Ricardo Pinto e da
historiadora Zélia Pereira, em painéis sobre democracia e liberdade em
Portugal, democracia paritária e liberdades civis, participados pelas vozes de
investigadores como Gonçalo Saraiva Matias, Marina Costa Lobo, Vasco Malta e
Miguel Vale de Almeida, entre outros.
Na
sessão de encerramento da conferência estará o presidente da Fundação Oriente,
Carlos Monjardino, e a presidente da Fundação Mário Soares e Maria Barroso,
Isabel Soares.
Coproduzido
pela Associação Setúbal Voz, a Fundação Oriente apresentará um concerto a 12 de
abril para revisitar a forma como a Revolução dos Cravos chegou a Macau: os
músicos Diogo Oliveira e Tiago Mileu vão ritmar como a notícia foi narrada na
Rádio Macau por Rui de Mascarenhas, um cantor português de sucesso na época.
O
espectáculo irá reunir poemas musicados, temas tradicionais chineses e canções
populares portuguesas.
As
delegações da Fundação Oriente terão também diversas iniciativas a decorrer
entre os dias 22 e 29 de Abril, por ocasião de um encontro que trará músicos
goeses para dois concertos que combinam fado, mandó e outros temas de Goa. In “Ponto
Final” - Macau
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