“Depois da Segunda Guerra Mundial, foi criada a Federação do Mali, que reunia também Senegal e Casamansa. Em 1947, com a liberação das actividades políticas pelas autoridades coloniais, surgiram o Bloco Democrático Senegalês, comandado por Leopold Senghor, e o Movimento das Forças Democráticas da Casamança, que só optou pela luta armada a partir de 1982.
Proclamada a independência da Federação em 1958, o Mali, dois anos mais tarde, retirou-se da aliança porque exigia que a capital fosse Bamako em vez de Dacar. Casamansa ficou, então, unida ao Senegal por um documento que previa a coalizão por duas décadas. Mas, em 1980, Senghor entendeu que, para o bem das duas nações, a Casamansa deveria continuar unida ao Senegal. Quando ele já não estava no poder, ocorreu a tragédia de Ziguinchor.
Dos 3,5 milhões de habitantes, apenas 10% são alfabetizados e aprenderam obrigatoriamente um pouco de francês. O povo fala mesmo o idioma diola e o crioulo português. Só alguns integrantes da elite, que estudam em França, usam o francês. As ligações com o mundo lusófono são mais fortes. Até porque Portugal esteve lá 462 anos, enquanto a presença francesa não passou de oito décadas.
Apesar do esforço de Dacar para erradicar a cultura lusa, há alguns monumentos em ruínas que testemunham a presença portuguesa. Mas, em razão da repressão, não há na Casamansa nenhum jornal ou emissora de rádio em língua portuguesa. Só entram jornais em francês impressos em Dacar.” Adelto Gonçalves - Brasil
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