Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Macau – Escritor Su Tong destaca influência mundial de José Saramago

O autor chinês Su Tong, pseudónimo de Tong Zhonggui, vencedor do prémio literário Man Asian, que recebeu um doutoramento ‘honoris causa’ em Macau, realçou à Lusa o impacto de José Saramago, “figura reverenciada por escritores”, em todo o mundo. “No mundo de língua portuguesa, há uma figura reverenciada e honrada por escritores em todo o mundo: José Saramago. A sua influência estende-se por todo o planeta”, disse Su Tong.


“Eu também estou entre os seus admiradores”, acrescentou o escritor de 62 anos, após uma palestra sobre a sua carreira literária, na Universidade da Cidade de Macau (UCM). A UCM distinguiu com um doutoramento ‘honoris causa’ Su Tong, autor de sete romances e mais de 200 contos, alguns dos quais traduzidos para português, como “A Minha Vida Enquanto Imperador” e “Esposas e Concubinas”. “Esposas e Concubinas” foi adaptado ao cinema pelo realizador Zhang Yimou em 1991 e chegou a estar proibido na China continental.

Durante a palestra, Su Tong observou que a sua jornada literária começou quando era jovem, ao ouvir contar histórias. “No início dos anos 70, quando a vida espiritual das pessoas era árida, o fascínio por contos tornava-se cada vez mais intenso”, recordou. Para dar continuidade a uma história que não tinha ouvido até ao final, Su Tong tentou escrever o desenlace da trama, embarcando, assim, na carreira de escritor.

O autor considera que foi precisamente a época que viveu que forjou a sua ligação à criação literária. A década de 1980 fez a China entrar numa era de fervor literário, o que acendeu ainda mais a sua paixão criativa, explicou.

Su Tong é um dos romancistas chineses contemporâneos mais conhecidos a residir na China e venceu em 2009 o Man Asian Literary Prize, versão asiática do Man Booker Prize, com o livro “O Barco para a Redenção”, um romance passado durante a Revolução Cultural.

Todos os escritores são porta-vozes do seu tempo, e a época, “como a Esfinge do Egipto, revela aspectos diferentes quando vista de diferentes tempos e ângulos”, referiu na palestra.

À Lusa, Su Tong afirmou que os escritores desta era partilham um sentimento de “ausência de peso”, “essa sensação de estar à deriva”. “Consequentemente, tornam-se mais sintonizados com a relação entre a humanidade e a realidade, e entre o escritor e o mundo”, explicou. In “Jornal Tribuna de Macau” – Macau com “Lusa”


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