O escritor e artista plástico Adelino Timóteo inaugurou, ontem, quinta-feira, na Casa do Artista, na Cidade da Beira, a sua nova individual de pintura, “As Meninas da Rua 6 e outras”. No mesmo evento, o autor também lançou o seu mais recente livro: “Regresso ao Sagrado Macurungo”
Há
30 anos, Adelino Timóteo iniciou o seu percurso artístico. Como poeta e
escritor, o artista publicou vários livros. Entre os quais, “Viagem à Grécia
através da Ilha de Moçambique” (poesia), “Corpo de Cleópatra” (poesia), “A
virgem de Babilónia” (romance), “Apocalipse dos predadores” (romance),
“Cemitério dos pássaros” (romance) ou “Na aldeia dos crocodilos”
(infanto-juvenil).
Para
assinalar os 30 anos de carreira artística, com efeito, Adelino Timóteo inaugurou
a sua mais recente exposição de pintura, intitulada “As Meninas da Rua 6 e
outras”.
A
cerimónia de abertura da mostra decorreu na Casa do Artista, na baixa da Cidade
da Beira. No local, os apreciadores das artes tiveram a oportunidade de ver
obras que, além do estético, atravessam a realidade moçambicana de forma
transversal. Afinal, segundo o ensaísta e jornalista José dos Remédios, que
assina o texto de apresentação da mostra, “Adelino Timóteo é um artista da
sensibilidade, da observação que se mescla com a intuição experimental no
território dos afectos”. E o ensaísta acrescenta: “o artista transforma o pó
num recurso além do intencional. Ora configurando esperança ao lusco-fusco, ora
hipnotizando qualquer coração que possa estar amargurado”.
“As
Meninas da Rua 6 e outras” é a 19.ª exposição individual do autor, e reúne dez
obras recentes, evocando memórias femininas, infância, resistência e beleza no
quotidiano moçambicano.
De
acordo com o comunicado de imprensa, as telas, de grande expressividade visual
e poética, recriam um universo sensível ancorado nas ruas do bairro onde o
artista cresceu: Macurungo.
Adelino
Timóteo, que já expôs na Áustria e em Espanha, é autor de uma vasta obra que
transita entre as artes plásticas e a literatura, sendo reconhecido como uma
das vozes mais activas da sua geração. Talvez, por isso, o artista vai celebrar
os seus 30 anos de carreira artística tendo lançado, na mesma cerimónia, na
Casa do Artista, o seu mais recente livro, o 24.º da conta pessoal: “Regresso
ao Sagrado Macurungo”. Trata-se de uma obra que complementa um exercício
anterior, “Nós, os do Macurungo” (2013).
Na
nova obra, Adelino Timóteo retoma o fio narrativo das suas raízes, numa escrita
que cruza memória, oralidade e devoção ao território emocional da infância.
Na
Casa do Artista, o evento, aberto ao público, marcou um ponto alto na
celebração da cultura moçambicana, homenageando a Cidade da Beira e o seu
universo simbólico. In “O País” - Moçambique
Sem comentários:
Enviar um comentário