Em declarações à TSF, o escritor defende que é preciso encontrar um "modelo democrático mais próximo dos cidadãos" e garante que este desafio não é sentido apenas neste país africano
Mia
Couto considera que Moçambique precisa de um modelo político "mais
participativo e mais próximo das pessoas" (assim como "o resto do
mundo"). Decorridos 50 anos da conquista da independência, o escritor diz
à TSF que aquele país africano ainda não conseguiu ter uma governação que tenha
em conta as necessidades da população.
Tal
deve-se, acredita, aos "modelos" de Estado de outros países
"política e culturalmente distantes" que a ex-colónia adotou:
"Nós queríamos descolonizar-nos, mas colonizamo-nos a nós próprios."
O
vencedor do prémio Camões 2013 defende, por isso, que é preciso encontrar um
"modelo democrático mais próximo dos cidadãos" e diz que este desafio
não é sentido apenas em Moçambique.
"Quem
são as pessoas que, por exemplo, em Portugal ou em Espanha, ou onde for, se
revêem nesta maneira de fazer política, em que há uma democracia parlamentar
onde [os deputados] estão a discutir coisas que são completamente nas costas e
distantes das preocupações das pessoas?", pergunta.
Questionado
sobre como gostava que fosse o futuro do país, Mia Couto lembra com nostalgia o
momento que viveu há 50 anos: "Eu gostava que houvesse o mesmo clima que
já vivi, de utopia, em que as pessoas se podiam juntar todas num grande estádio
e festejarem juntos a vida, sem diferenças de consideração política, étnica ou
religiosa. In “TSF”
- Portugal
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