De trabalhador do sector público em Portugal a empregado de limpeza na Suíça.
Segundo o economista da Organização Internacional do trabalho (OIT) Daniel Vaughan-Whitehead os trabalhadores do sul da europa, especialmente Grécia, Espanha e Portugal estão a deslocar-se para os países do norte em busca de empregos estáveis, incluindo neste movimento os trabalhadores do sector público.
Como exemplo, Vaughan-Whitehead entrevistou uma portuguesa de 50 anos de nome Ana B. que veio trabalhar para um café numa cidade suíça como empregada de limpeza e de manutenção. No Porto em Portugal, ela trabalhava como secretária num organismo público, mas as dificuldades em pagar as despesas mensais, obrigaram-na a procurar novo rumo.
“Sou uma mãe solteira e tenho o meu filho de vinte anos a estudar na faculdade. Estou a pagar um apartamento que comprei na periferia do Porto há alguns anos e como o vencimento que estava a receber já não chegava para as despesas, pois a crise económica e a austeridade que se seguiu, com o congelamento do salário, obrigou-me a procurar uma nova vida.”
Perante um cenário oferecido de receber mais do dobro que recebia em Portugal, trocando a profissão de secretária por empregada de limpeza, Ana B. não olhou para trás e decidiu avançar para um novo desafio.
A decisão não foi fácil, pois sente a falta dos pais e lamenta não poder ver o filho, embora todas as noites através da internet mantenha o contacto possível.
Este caso não é único e para Daniel Vaughan-Whitehead Portugal é um dos países mais afectados pelas medidas de austeridade. “A história da Ana, em parte, ilustra as dificuldades crescentes que os trabalhadores na generalidade incluindo o sector público enfrentam desde o início da crise.” Baía da Lusofonia
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