Saudades do Fogo
Metido nesta prisão em liberdade
solto e atado com duas correntes
gritando saudades do meu ninho
meu eterno berço, Cabo-Verde.
Dentro de mim emanam mágoas que brotam
incessantemente dentro do meu peito
Quero voltar mas as minhas asas estão atadas
e cortadas com o canivete do destino.
Imploro o mar e a sua majestade
para me levarem já e sem a demora
que tenho carências do seu doce beijo
a maneira sóbria da minha ilha do Fogo.
Quem me dera ter asas para fechar os olhos
e voar, voar… Sem olhar para atrás
Para matar de vez a infinda saudade!
Quando as minhas asas forem soltas
arrumo a minha mala
e vou partir sem remorsos
e não me importa se ela está vazia…
Gritarei a minha ilha para me abraçar
sou o seu "rebento" que está voltando
e que vai pulando de júbilo
como as ondas beijando a areia negra
da minha eterna ilha do Fogo.
Aníbal da Silva – Cabo Verde
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