São
Paulo – O Presidente de Cabo Verde celebrou os escritores da língua portuguesa,
que classificou como “deuses” por serem quem melhor trabalha o idioma, na
cerimónia de reinauguração do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, no
Brasil.
Num
breve discurso, o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, também ele
autor literário, disse ser um prazer enorme participar na reinauguração do
museu, que esteve fechado durante quase seis anos depois do incêndio de 2015, e
lembrou que a língua portuguesa se expandiu da Europa para a América Latina, África
e Ásia e foi sendo “recriada através de falas, diferentes sotaques”.
O
Presidente cabo-verdiano frisou que a língua portuguesa “é uma língua que foi
cada vez mais apropriada e reconstruída e afagada pelos deuses”.
“Os
deuses da nossa língua comum são, para além dos nossos povos humildes, aqueles
que melhor trabalham o idioma”, afirmou o chefe de Estado de Cabo Verde.
“São
os escritores, os contistas, os poetas, os grandes deuses da poesia, e aqui, em
nome desta ideia, deste critério de diversidade, recordo e falo do enigma que é
Guimarães Rosa, que é Sophia de Mello Breyner Andresen, que é Fernando Pessoa
[…] e que são muitas e muitos outros autores de uma língua que é falada por
muitos milhões de pessoas”, destacou Fonseca.
O
Presidente de Cabo Verde acrescentou: “É uma língua que é de nós todos, dos
portugueses, dos brasileiros, mas também é a língua que é partilhada cada vez
mais por milhões de angolanos, moçambicanos, cabo-verdianos, são-tomenses,
timorenses, guineenses, e também por muitas comunidades nossas espalhadas pelos
quatro cantos do mundo”.
O
Presidente de Cabo Verde aproveitou a reinauguração do Museu da Língua
Portuguesa para ressaltar a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
que completou 25 anos no início do mês e celebrou um acordo de mobilidade cujo
objectivo é favorecer o trânsito de cidadãos dos nove países membros.
“Recentemente,
há poucos dias em Luanda, Angola, numa cimeira de chefes de Estados e de
Governo conseguimos superar diferenças, reservas, perspectivas quanto ao futuro
e conseguimos, nove países, chegar a um consenso sobre uma convenção de
mobilidade no seio da comunidade”, frisou Fonseca.
Instalado
na histórica Estação da Luz, no centro da cidade brasileira de São Paulo, o
Museu da Língua Portuguesa foi reconstruído após um incêndio ocorrido em
Dezembro de 2015.
Um
dos primeiros museus totalmente dedicados a um idioma no mundo, o espaço
promove um mergulho na história e na diversidade do idioma através de
experiências interactivas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos.
A
reconstrução do museu teve como patrocinador principal a EDP Brasil, seguida da
Globo, do Itaú Unibanco e da companhia Sabesp, contando ainda com apoio da
Fundação Calouste Gulbenkian e do Governo Federal brasileiro, através da Lei
Federal de Incentivo à Cultura.
A
responsável pela gestão do Museu da Língua Portuguesa é a organização social
IDBrasil Cultura, Educação e Esporte. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”
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