José Basto da Silva lançou recentemente a página “Civic Pulse”, com a intenção de agrupar os anúncios das actividades recreativas e culturais da comunidade de matriz portuguesa num único sítio. Partindo de uma ideia cogitada “há muito tempo”, o propósito da plataforma é auxiliar tanto o público como os organizadores de eventos, segundo disse ao Tribuna de Macau
José
Basto da Silva é o autor do recém-lançado sítio “Civic Pulse”, uma plataforma
através da qual o macaense tenciona agregar todos os eventos culturais da
comunidade lusófona, num lugar só. Para além de contribuir para a divulgação
dos mesmos, Basto da Silva quer também ajudar as entidades organizadoras a
evitarem sobrepor eventos nas mesmas datas, em prol do público.
Como
explica o autor, “o projecto consiste numa página na Internet onde as pessoas
podem aceder, num único sítio, a informações sobre eventos locais, mais
concretamente, eventos organizados por associações ou grupos de matriz
portuguesa, que podem estar disponíveis em variados locais”. “Outra questão tem
a ver com o facto de a nossa comunidade, de matriz portuguesa, e não me refiro
apenas a falantes de português, ser muito presente e vibrante”, realça Basto da
Silva ao Jornal Tribuna de Macau.
“Por
exemplo, a Fundação Rui Cunha organiza muitos eventos e costuma fazer a
divulgação através do Facebook. A Casa de Portugal também. Mas ainda que usem a
mesma plataforma, as informações não estão na mesma página”, lamenta José Basto
da Silva. “Uma pessoa tem que ir ver [à página] da Fundação, ou da Casa de
Portugal, ou do Instituto Internacional de Macau, ou da ADM”. “Depois ainda há
casos em que os eventos são divulgados por e-mail ou estão nas próprias páginas
das organizações e, portanto, a informação está dispersa”.
“Um
dos comentários que tenho ouvido, de forma recorrente ao longo dos anos, é que
há muitas actividades organizadas pelas associações, não apenas portuguesas”,
afirma Basto da Silva. “Organizam-se tantas actividades. Às vezes, umas
associações nem sabem o que as outras estão a fazer”.
“Podem
ser eventos, lançamentos de livros, que acontecem no mesmo dia, à mesma hora,
em sítios diferentes. Isso tem acontecido várias vezes. A Fundação [Rui Cunha]
está a lançar um e, entretanto, no Clube Militar está a haver outro lançamento.
Ou na livraria portuguesa”. “Torna-se difícil para nós, a comunidade, conseguir
aproveitar, participar em todos os eventos que possa interessar. Foi daí que
surgiu esta ideia”.
José
Basto da Silva confessou também que era um projecto que “já tinha em mente há
muito tempo”. “Vim de férias, a oportunidade surgiu, as coisas conjugaram-se. E
agora, tirando partido das ferramentas de inteligência artificial, é muito mais
fácil. Desde que uma pessoa tenha ideias e vontade de fazer, consegue criar
muitas coisas interessantes”.
Outro
objectivo do projecto foi criar um espaço mais comunitário, segundo Basto da
Silva. “A característica principal deste sítio é que não tem uma organização
centralizada, ou seja, qualquer pessoa da comunidade, desde que se registe no “Civic
Pulse”, pode criar um registo de um evento”, esclarece. “Alguém lançou um
evento no Facebook e eu vi o anúncio. Posso ir ao sítio da ‘Civic Pulse’ e
fazer a referência a esse evento. Coloco lá o cartaz, o título e uma descrição.
Se existir, é só copiar um ‘link’, data, hora e local. Uma coisa que
demora menos de um minuto a criar. Os eventos são organizados pelas entidades.
A comunidade tem aqui, digamos, uma plataforma onde faz eco dos eventos que vai
descobrindo”.
Nas
linhas orientadoras da comunidade da plataforma, é solicitado que a mesma não
seja usada para efeitos de promoção comercial ou política. “Como moderador da
página, tive o cuidado de criar uma política de utilização”. “Não usar este sítio
para fazer política ou autopromoções. É para ajudar a divulgar eventos”,
sublinha José Basto da Silva. “Fazer política, campanha publicitária de um ou
outro produto ou autopromoção, não”, reitera o criador da página. “Como
administrador do sítio, posso lá ir e, se tiver havido utilização indevida,
apagar o registo”.
Relativamente
ao investimento, o autor do projecto assume estar a pagar do “próprio bolso”.
“É uma coisa que eu faço em prol da comunidade de matriz portuguesa, em Macau,
tendo em conta a minha própria disponibilidade financeira”. “O facto de ser de
gestão comunitária também baixa os custos [financeiros] e de tempo”. “O facto
de as pessoas se envolverem mais também é uma vantagem”, frisa.
Quanto
aos efeitos da plataforma, Basto da Silva espera que o investimento “tenha
alguma utilidade”. “Promove a inclusão, a diversidade de interesses. Este sítio
não é só para falantes de português”. “Por isso é que eu tive o cuidado de usar
inglês. Pretendo que seja inclusivo e diversificado”, assevera.
Sobre
a recepção por parte da comunidade, o macaense revela-se “um bocado
surpreendido”. “Tenho recebido mensagens de organizações a felicitar, a dizerem
que a ideia foi boa e que é útil. Inclusive, já há pessoas a colocarem
eventos”. “Parece-me que estão a ter uma boa impressão desta página e que é
capaz de resultar”.
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