A Santa Casa da Misericórdia de Paris (SCMP) lançou este mês a primeira campanha de solidariedade franco-portuguesa para angariar fundos para ajudar o crescente número de pedidos de ajuda de pessoas desfavorecidas na França
“Desde há 30 anos que a Santa Casa da Misericórdia de Paris está a praticar a solidariedade principalmente para a nossa comunidade e para as pessoas lusófonas também, e cada vez tem mais necessidade de verbas para ajudar. Por isso, pensou-se numa outra maneira de angariar fundos”, disse à Lusa Ilda Nunes, provedora da SCMP.
A iniciativa, que ocorre de 01 a 30 de novembro, tem como objetivo mobilizar associações e empresas para angariar fundos para o trabalho que a SCMP desenvolve diariamente em todo o território francês.
“Este é o primeiro ano, mas contamos que todos os anos, no mês de novembro, haverá a mesma campanha, porque, infelizmente, gostaria que só fosse este ano, isso queria dizer que a partir do próximo ano não haveria mais pobreza”, disse Ilda Nunes, acrescentando que “cada vez mais pessoas têm dificuldades”.
Por essa razão, o trabalho da SCMP tem aumentado e a provedora tem esperança que ao longo do mês se angariem “alguns fundos que podem ser úteis”, como os donativos que já receberam, nomeadamente do Banco BCP.
Segundo Ilda Nunes, a escolha do mês de novembro centra-se em torno de 11 de novembro, feriado em França e dia de São Martinho, que “com a espada partilhou a sua capa e deu metade a um mendigo”, num pequeno ato que mudou a vida de quem necessitava.
“Muitas associações organizam eventos nesse dia, nomeadamente os Magustos, e pensou-se que talvez as pessoas, sensíveis às dificuldades dos nossos compatriotas, pudessem ajudar a SCMP a ajudá-los, ou seja, revertendo uma quantia que eles decidissem dos lucros dos seus eventos”, afirmou.
Este ano a campanha é apadrinhada pelo embaixador de Portugal em França, José Augusto Duarte, e pela escritora Lídia Jorge, autora do livro Misericórdia, cuja versão traduzida para francês foi vencedora do Prémio Médicis.
“O nosso objetivo é ajudar, mas para isso temos que ter meios para o fazer”, afirmou Ilda Nunes, referindo que essa ajuda “é feita antes de mais aos portugueses, numa estrutura que foi criada à imagem da primeira Misericórdia em 1498 em Lisboa”, mas também aos lusófonos e a qualquer “pessoa de outra nacionalidade, de outra cor, de outra religião”. In “Bom dia Europa” – Luxemburgo com “Lusa”
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