O Governo de Timor-Leste aprovou um investimento de 16 milhões de dólares para desenvolver o campo de gás Greater Sunrise e assegurar que o gasoduto vem para o país
A
despesa de 16 milhões de dólares deve ser executada entre 2025 e 2027 e visa o
“desenvolvimento do campo de gás Greater Sunrise e a realização dos estudos e
iniciativas necessários para garantir a construção do gasoduto até
Timor-Leste”, pode ler-se, num comunicado do Conselho de Ministros.
“O
montante autorizado abrange a realização de levantamentos geofísicos e sismos
de ultra-alta resolução relativos ao gasoduto de exportação de gás do Greater
Sunrise e ao gasoduto de Bayu-Udan, essenciais para a fase técnica e de
planeamento do projecto”, acrescenta o comunicado.
Em
Março, o Governo tinha também aprovado uma despesa de 40,5 milhões de dólares
(35,2 milhões de euros) para implementar o projeto Tasi Mane, nomeadamente para
a base de fornecimento do Suai e a autoestrada entre Zumalai e Natarbora.
A
autoestrada e base de fornecimento do Suai são condições essenciais para a
extração de hidrocarbonetos do Greater Sunrise para Natarbora, na costa sul do
país.
Localizado
a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, o projecto
Greater Sunrise tem estado num impasse, com Díli a defender a construção de um
gasoduto para o sul do país e a Woodside, segunda maior parceira do consórcio,
a inclinar-se para uma ligação à unidade já existente em Darwin (Austrália).
O
consórcio é constituído pela timorense Timor Gap (56,56%), a operadora Woodside
Energy (33,44%) e a Osaca Gás (10%).
O
impasse levou a ‘joint venture’ a solicitar um estudo conceptual
elaborado pela empresa britânica Wood, que confirmou a viabilidade do
desenvolvimento do Greater Sunrise em Timor-Leste.
A
empresa britânica estudou quatro opções principais, nomeadamente o
desenvolvimento do Greater Sunrise para Timor-Leste, para Darwin, no campo gás
Ichthys, também na Austrália e operado pela japonesa INPEX, e uma nova
instalação de Gás Natural Liquefeito também na Austrália. “A opção Gás Natural
Liquefeito de Timor-Leste destaca-se por prever menores custos operacionais e,
ao permitir melhores retornos gerais diretos e indiretos para Timor-Leste,
criará um grande impacto socioeconómico no país”, refere o Governo timorense.
O
executivo salienta também que o Greater Sunrise em Timor-Leste, segundo o
estudo, poderá ter um “maior impacto positivo no Produto Interno Bruto e na
criação de empregos, sendo igualmente a que apresenta os maiores retornos para
o consórcio de desenvolvimento” daquele campo de gás.
O
acordo de fronteira marítima permanente entre Timor-Leste e a Austrália
determina que o Greater Sunrise, um recurso partilhado, terá de ser dividido,
com 70% das receitas para Timor-Leste no caso de um gasoduto para o país, ou
80% se o processamento for em Darwin.
A
ligação do gasoduto ao sul de Timor-Leste é considerada, pelas autoridades
timorenses, como estratégica para o crescimento económico do país. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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