Ana Maria Saldanha é professora adjunta do Instituto Politécnico de Macau e prepara-se para fazer a apresentação do seu mais recente livro “Literatura, Arte e Sociedade em Portugal: da Modernidade à Contemporaneidade”, nas instalações da Fundação Rui Cunha. O livro, que pretende ser um manual para estudantes do ensino superior, debruça-se sobre a literatura ficcional em prosa portuguesa do século XX
Amanhã,
pelas 18h30, a Fundação Rui Cunha acolherá a apresentação do livro “Literatura,
Arte e Sociedade em Portugal: da Modernidade à Contemporaneidade”, da
professora adjunta convidada do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Ana Maria
Saldanha. O livro conta com dois prefácios, de uma professora da Universidade
do Porto, Isabel Pires de Lima, e de outra da universidade de Brasília, Deane
Costa. Foca-se no tema da produção literária durante os 48 anos de ditadura
(1926-1974) e àquela que foi produzida logo depois da Revolução do 25 de Abril
de 1974.
A
professora de literatura, a residir em Macau desde 2017, falou ao Ponto Final
acerca deste trabalho. “Esta obra pretende ser um manual para estudantes do
ensino superior, quer ao nível de licenciatura, quer de mestrado, e quer de doutoramento”,
começa por explicar. “É uma obra que se debruça sobre a literatura portuguesa
do século XX, muito em particular a literatura portuguesa que foi produzida
entre 1926 e 1974, portanto, durante o fascismo português e também a literatura
que foi produzida depois da Revolução de Abril, aproximadamente até a década de
80”, acrescentou.
A
professora refere também que este não é o seu primeiro livro. “Eu tenho já um
livro de crónica, portanto, de literatura, que não é de âmbito académico, que
se chama ‘Sentir geografias breves. Crónicas do espaço amazónico e Caribenho’”.
Tem também já dois outros livros publicados, um sobre a literatura do Brasil,
igualmente publicado pelo Instituto Politécnico de Macau, e outro sobre a
literatura portuguesa e brasileira, que foi um estudo comparativo, na primeira
metade do século XX, que é dedicada à questão agrária e à literatura produzida
em Portugal e no Brasil, e que foi publicado pela editora ‘Expressão Popular’
no Brasil.
Em
relação ao que a levou a escrever o livro, a escritora responde: “Isto foi uma
proposta minha, pois todos os anos o Gabinete do Ensino Superior abre uma
espécie de concurso e basicamente financia obras que sejam feitas por
instituições de ensino superior em Macau. Apresentei um projecto ao Instituto
Politécnico de Macau e eles depois aprovaram o meu projecto, que depois é
apresentado ao Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), que depois decide
se financia ou não este livro”.
Doutorada
em estudos literários comparados, tendo estudado no Brasil e em França, Ana
Maria Saldanha tem um pós-doutoramento na Universidade Estadual de São Paulo,
de onde veio antes de chegar a Macau. “Tenho sempre vindo a trabalhar com
literatura, com sociologia da literatura, ou seja, eu tento sempre cruzado a
matéria literária com outros domínios e expressões artísticas, como a música, o
cinema, a pintura, aliás, essa vertente está muito presente neste livro que eu
vou apresentar, e portanto tenho sempre trabalhado ao longo dos anos”, refere a
autora. “Há mais de 20 anos que trabalho com literatura, tendo publicado
artigos, livros, e isso vai um pouco na sequência de trabalhos que eu já tinha
realizado. Muito do que aqui está também parte já de estudos anteriores que eu
tinha realizado, quer em relação à literatura, ao cinema, à canção de
intervenção, à arte moralista, e portanto acaba por ser um pouco o culminar de
uma série de estudos, de artigos, publicações que eu tenho feito ao longo dos
anos”, concluiu.
O
evento contará com uma apresentação feita por Carlos Morais José e será também
transmitido em directo em Portugal, com a apresentação da professora Isabel
Pires de Lima. O livro encontra-se disponível na Livraria Portuguesa. Joana
Chantre – Macau in “Ponto Final”
Joanachantre.pontofinal@gmail.com
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