Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sábado, 6 de dezembro de 2025

Macau - Governo cauteloso quanto à criação de voo directo entre a RAEM e Lisboa

A eventual abertura de uma nova rota directa aérea Macau-Lisboa depende das considerações comerciais por parte das companhias aéreas, afirmou a Autoridade de Aviação Civil de Macau, em resposta à proposta de um deputado sobre a respectiva ligação aérea. O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, reconhece que o lançamento da referida rota ajuda a demonstrar o papel de Macau como plataforma sino-lusófona


O deputado Ip Sio Kai defendeu a criação de uma ligação aérea directa entre Macau e Lisboa, mas o Governo respondeu com cautela, sublinhando a necessidade de viabilidade comercial da rota para as companhias aéreas.

“Fala-se tanto na plataforma sino-lusófona, mas ainda não existe uma única rota aérea directa para Lisboa”, afirmou o deputado Ip Sio Kai durante um debate sobre as Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2026 na área dos Transportes e Obras Públicas. “Esta rota é extremamente importante, porque voar para Lisboa é, na prática, voar para a Europa, além de poder servir como ponto de escala para o Brasil. Se tivéssemos esta ligação, seria muito útil para nós enquanto plataforma sino-lusófona”, sustentou Ip.

Em resposta a Ip Sio Kai na Assembleia Legislativa, o presidente da Autoridade de Aviação Civil, Pun Wa Kin, afirmou que o Governo “atribui grande importância” ao desenvolvimento da aviação, “em particular ao seu papel na promoção da diversificação económica”.

“No entanto, nas operações comerciais, as companhias aéreas consideram frequentemente a procura do mercado, os custos operacionais, os benefícios a longo prazo e a competitividade da rota, antes de decidirem lançar novos voos”, declarou Pun Wa Kin, a quem o titular do Governo para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, tinha entregado a prerrogativa de responder ao deputado.

Quando Ip sugeriu que o Governo poderia subsidiar a rota, Pun Wa Kin respondeu que esse apoio “envolve políticas sectoriais diferentes” e que “o Governo da RAEM precisa de analisar a questão de forma abrangente, sob todos os aspectos”.

Na sessão plenária de ontem, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, ao finalizar a parte de perguntas e respostas com o deputado Ip Sio Kai, admitiu, entretanto, benefício da criação da rota aérea directa entre Macau e Lisboa, o que ajudaria a destacar o papel de Macau como plataforma entre a China e Portugal.

“Vou levar as opiniões pertinentes à reunião de assuntos governamentais para discutir com os departamentos relevantes sobre a eventual implementação deste projecto”, disse.

Ip Sio Kai é, para além de deputado à Assembleia Legislativa de Macau, também vice-diretor da sucursal em Macau do Banco da China. Ip não é o primeiro deputado a propor ao Governo a criação de novas rotas aéreas que conectem a região à Europa. Em 2023, quando foi aprovada na generalidade a lei da Aviação Civil, também o deputado José Pereira Coutinho quis saber quais os planos das autoridades neste sentido.

A TAP efectuou ligações duas vezes por semana entre Lisboa e Macau na década de 1990, no entanto, a ligação seria suspensa em 31 de Outubro de 1998, com a companhia a acumular prejuízos na ordem dos 200 milhões de patacas. Catarina Chan – Macau in “Ponto Final” com “Lusa”


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