A eventual abertura de uma nova rota directa aérea Macau-Lisboa depende das considerações comerciais por parte das companhias aéreas, afirmou a Autoridade de Aviação Civil de Macau, em resposta à proposta de um deputado sobre a respectiva ligação aérea. O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, reconhece que o lançamento da referida rota ajuda a demonstrar o papel de Macau como plataforma sino-lusófona
O deputado Ip Sio Kai defendeu a
criação de uma ligação aérea directa entre Macau e Lisboa, mas o Governo
respondeu com cautela, sublinhando a necessidade de viabilidade comercial da
rota para as companhias aéreas.
“Fala-se tanto na plataforma sino-lusófona, mas ainda não
existe uma única rota aérea directa para Lisboa”, afirmou o deputado Ip Sio Kai
durante um debate sobre as Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2026 na área
dos Transportes e Obras Públicas. “Esta rota é extremamente importante, porque
voar para Lisboa é, na prática, voar para a Europa, além de poder servir como
ponto de escala para o Brasil. Se tivéssemos esta ligação, seria muito útil
para nós enquanto plataforma sino-lusófona”, sustentou Ip.
Em resposta a Ip Sio Kai na Assembleia Legislativa, o
presidente da Autoridade de Aviação Civil, Pun Wa Kin, afirmou que o Governo
“atribui grande importância” ao desenvolvimento da aviação, “em particular ao
seu papel na promoção da diversificação económica”.
“No entanto, nas operações comerciais, as companhias
aéreas consideram frequentemente a procura do mercado, os custos operacionais,
os benefícios a longo prazo e a competitividade da rota, antes de decidirem
lançar novos voos”, declarou Pun Wa Kin, a quem o titular do Governo para os
Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, tinha entregado a prerrogativa de
responder ao deputado.
Quando Ip sugeriu que o Governo poderia subsidiar a rota,
Pun Wa Kin respondeu que esse apoio “envolve políticas sectoriais diferentes” e
que “o Governo da RAEM precisa de analisar a questão de forma abrangente, sob
todos os aspectos”.
Na sessão plenária de ontem, o secretário para os
Transportes e Obras Públicas, ao finalizar a parte de perguntas e respostas com
o deputado Ip Sio Kai, admitiu, entretanto, benefício da criação da rota aérea
directa entre Macau e Lisboa, o que ajudaria a destacar o papel de Macau como
plataforma entre a China e Portugal.
“Vou levar as opiniões pertinentes à reunião de assuntos
governamentais para discutir com os departamentos relevantes sobre a eventual
implementação deste projecto”, disse.
Ip Sio Kai é, para além de deputado à Assembleia
Legislativa de Macau, também vice-diretor da sucursal em Macau do Banco da
China. Ip não é o primeiro deputado a propor ao Governo a criação de novas
rotas aéreas que conectem a região à Europa. Em 2023, quando foi aprovada na
generalidade a lei da Aviação Civil, também o deputado José Pereira Coutinho
quis saber quais os planos das autoridades neste sentido.
A TAP efectuou ligações duas vezes por
semana entre Lisboa e Macau na década de 1990, no entanto, a ligação seria
suspensa em 31 de Outubro de 1998, com a companhia a acumular prejuízos na
ordem dos 200 milhões de patacas. Catarina Chan – Macau in “Ponto
Final” com “Lusa”
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