A construção do novo campus da Universidade de Macau (UM), que vai incluir a primeira faculdade de medicina pública da região chinesa, em colaboração com a Universidade de Lisboa (ULisboa) arrancou na sexta-feira
Num comunicado, a UM disse que a
cerimónia de lançamento da primeira pedra, presidida pelo líder do Governo, Sam
Hou Fai, decorreu na Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau, na vizinha
Hengqin (ilha da Montanha).
O novo campus ocupará uma área de quase 376 mil metros
quadrados na zona económica especial e a construção deverá demorar cerca de
três anos, com uma inauguração parcial prevista para 2028 e a conclusão das
obras em 2029.
Quatro novas faculdades irão nascer no novo campus da UM
em Hengqin, incluindo as de Ciências de Informação, Design e Engenharia, assim
a primeira faculdade de medicina pública de Macau.
A Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, uma
instituição privada, tem desde 2008 uma Faculdade de Ciências da Saúde,
oficialmente rebatizada como Faculdade de Medicina em 2019.
Em junho, o diretor da Faculdade de Medicina da ULisboa
disse à Lusa que os médicos formados na futura Faculdade de Medicina da UM
poderão também exercer em Portugal.
A ULisboa está a colaborar com a UM para criar um
currículo com uma estrutura “próxima daquela que é a estrutura” dos cursos na
instituição portuguesa, disse Luís Graça.
O dirigente explicou que os cursos vão funcionar em
co-tutela, permitindo aos médicos formados na UM obterem “uma equivalência e um
reconhecimento” pela Faculdade de Medicina da ULisboa.
Entre as vantagens estará “permitir assim que os médicos
formados no território possam também exercer medicina em Portugal”, sublinhou o
investigador.
Em Dezembro, o vice-reitor da UM, Rui Martins, disse que
o novo campus apostará em “‘dual degrees’ [cursos em co-tutela] com
universidades estrangeiras. A medicina já está com Lisboa e agora estamos a
definir para as outras faculdades”.
O novo campus em Hengqin deverá permitir à UM passar dos
atuais 15 mil para um máximo de 25 mil alunos, sublinhou o vice-reitor para
Assuntos Globais, numa entrevista ao canal em língua portuguesa da televisão
pública local TDM.
Luís Graça, especialista em imunologia de transplantes,
demonstrou também entusiasmo com potenciais colaborações entre as duas
universidades na área da investigação científica. “Se nós pensarmos em termos
de ciência, o reforço do potencial científico de ambas as instituições com uma
colaboração próxima entre si é algo que claramente vai beneficiar ambos os
lados dessa parceria”, disse o dirigente. Graça disse que a Faculdade de
Medicina da ULisboa está a organizar o primeiro simpósio para reunir os investigadores
da instituição e da UM, com vista a promover projetos conjuntos de
investigação. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”
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