O Alto Comando Militar que tomou o poder na Guiné-Bissau suspendeu a Constituição e ameaça fechar qualquer órgão de comunicação social no país que faça notícias sobre o apelo à desobediência civil que tem sido lançado por organizações da sociedade civil
Em comunicado entretanto divulgado nas
redes sociais, o Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional
e Ordem Pública ordena a todos os órgãos de comunicação social - rádios,
jornais, televisão, etc - que colaborem "para evitar a divulgação de
informações ou mensagens que apelam à violência e desobediência civil, sob pena
de serem fechados imediatamente", destaca-se no comunicado.
No documento, informa ainda que devido ao golpe de Estado
algumas normas da Constituição da República estão suspensas e foram
substituídas pela Carta de Transição Política que, entre outros, restringe
certas manifestações dos cidadãos.
O órgão que dirige a Guiné-Bissau actualmente informa que
"são categoricamente proibidas" acções que "incentivem a
desordem e o vandalismo" no país durante os 12 meses de vigência da
transição.
Três organizações da sociedade civil guineense, Frente
Popular, Firkidja di Pubis e o Movimento Revolucionário Pó de Terra, têm
lançado, nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais, apelos aos
funcionários públicos para uma desobediência civil como forma de protesto pelo
golpe de Estado.
O Governo de Transição já avisou que serão tomadas
medidas, nomeadamente descontos salariais e processos disciplinares, para o
trabalhador público que aderir à desobediência, posição reforçada também no
comunicado do Alto Comando Militar.
A candidatura de Fernando Dias, que reclama vitória nas
presidenciais na Guiné-Bissau, exigiu na quarta-feira à Comissão Nacional de
Eleições (CNE) a convocação da plenária do órgão para que os resultados
eleitorais sejam declarados "o mais rápido possível".
Em comunicado consultado pela Lusa nas redes sociais,
reagiu ao anúncio feito pela CNE, que se mostrou indisponível para dar
continuidade ao processo eleitoral e divulgar os resultados das legislativas e
presidenciais de 23 de Novembro, devido a alegados actos de vandalismo nas suas
instalações.
Na voz do seu secretário executivo
adjunto, o juiz Idriça Djaló, a CNE disse que os alegados actos teriam sido
protagonizados por "homens armados e encapuzados" no dia 26 de
Novembro, véspera do anúncio dos resultados provisórios. In “Novo
Jornal” – Angola com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário