Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Nações Unidas – Organização Mundial de Saúde e Banco Mundial apontam avanços na cobertura universal de saúde

O Estudo aponta avanços desde 2000, com melhorias no acesso e na redução dos custos diretos. As desigualdades ainda persistem e mais de mil milhões de pessoas continuam sem proteção adequada



O Relatório Global de Monitorização da Cobertura Universal de Saúde 2025 mostra que o Índice de Cobertura de Serviços aumentou de 54 para 71 pontos entre 2000 e 2023.

No mesmo período, a percentagem de pessoas que enfrentam dificuldades financeiras devido a despesas diretas nesse campo diminuiu de 34% para 26%.

Custos de saúde continuam a afetar populações mais pobres

O relatório assinala que as populações mais pobres continuam a suportar o maior peso dos custos de saúde considerados incomportáveis. Estima-se que 1,6 mil milhões de pessoas tenham sido empurradas ainda mais para a pobreza devido às despesas médicas.

No total, cerca de 4,6 mil milhões de pessoas continuam sem acesso a serviços essenciais de saúde e 2,1 mil milhões enfrentam dificuldades financeiras para obter cuidados.

As despesas diretas com medicamentos são identificadas como um dos principais fatores dessas dificuldades: em três quartos dos países com dados disponíveis, os medicamentos representam pelo menos 55% dessas despesas. Entre as pessoas em situação de pobreza, esse valor atinge uma média de 60%.

Ritmo de progresso abranda e desigualdades aumentam

Apesar dos avanços, o relatório indica que o ritmo global de progresso desacelerou desde 2015. Apenas um terço dos países melhora simultaneamente à cobertura de serviços e à redução das dificuldades financeiras.

Todas as regiões da OMS avançaram na cobertura, mas apenas África, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental conseguiram também reduzir o impacto financeiro.

Em 2022, três em cada quatro pessoas nos segmentos mais pobres enfrentaram dificuldades financeiras relacionadas com a saúde, em contraste com menos de uma em cada 25 entre as mais ricas. Mulheres, pessoas em zonas rurais, com menos educação ou em situação de pobreza continuam a relatar maiores dificuldades no acesso aos serviços essenciais.

Perspectivas até 2030 e metas da cobertura universal

Sem uma aceleração dos progressos, o relatório projeta que o índice global de cobertura de serviços chegue apenas a 74 de 100 pontos até 2030.

Nesse cenário, quase uma em cada quatro pessoas continuará a enfrentar dificuldades financeiras no final do período dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

O documento destaca que os avanços em doenças infecciosas impulsionaram a maior parte do progresso registado, enquanto os ganhos em saúde materna, neonatal e infantil foram mais modestos.

O relatório sublinha ainda a importância do reforço dos sistemas de saúde e da proteção social para alcançar a cobertura universal até 2030. ONU News – Suíça

Angola aumenta cobertura de saúde, mas continua entre os piores da lusofonia: Seis em cada 10 pessoas não têm acesso a cuidados básicos de saúde

Apesar do ligeiro aumento na cobertura de serviços, Angola continua entre os países com pior desempenho no acesso a cuidados essenciais de saúde na lusofonia: 56% da população não tem serviços básicos e 40% enfrenta dificuldades financeiras para pagar consultas, exames ou medicamentos

Em Angola, pelo menos seis em cada 10 pessoas (56% da população) continuam sem acesso a cuidados essenciais de saúde e quase quatro em cada 10 (40%) enfrentam dificuldades financeiras graves para pagar consultas, exames ou medicamentos. Estes indicadores colocam o País entre os que apresentam piores níveis de cobertura de serviços de saúde a nível global, segundo o Relatório de Monitorização Global da Cobertura Universal de Saúde 2025, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Banco Mundial (BM).

Apesar de um ligeiro progresso na cobertura de serviços essenciais de saúde na população, entre 2000 e 2023, que passou de 36% para 44%, o País continua abaixo da média da região africana de 51%.

Embora a classificação de Angola esteja ligeiramente acima do nível considerado "baixo", no País o acesso efectivo aos serviços de saúde ainda é limitado. Somente menos da metade da população consegue beneficiar de cuidados essenciais nas áreas de saúde materna, neonatal e infantil, vacinação, doenças infecciosas e não transmissíveis, saneamento e outros serviços hospitalares. Teresa Fukiady – Angola in “Novo Jornal”


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