sábado, 6 de dezembro de 2025

Macau - “Livro Branco” delineia desafios, avanços e papel da RAEM na cooperação sino-lusófona

A Universidade da Cidade de Macau apresentou o “Livro Branco sobre a Cooperação Científica e Tecnológica entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, de Bárbara Pinto de Morais. A investigadora identificou um conjunto de desafios para as relações sino-lusófonas, reconhecendo alguns progressos, e deixa sugestões para o papel de Macau enquanto plataforma de ligação


A cooperação científica sino-lusófona “atravessa uma fase de transformação significativa”, de acordo com Bárbara Pinto de Morais, investigadora e autora do recente Livro Branco sobre a Cooperação Científica e Tecnológica entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PLP). A publicação, que foi apresentada esta semana pela Universidade da Cidade de Macau, identifica a “existência de assimetrias de financiamento, barreias institucionais e constrangimentos geopolíticos” como os principais desafios para as relações sino-lusófonas.

Contudo, Bárbara Pinto de Morais reconheceu a consolidação de “parcerias em sectores de alta tecnologia” entre Portugal e Brasil e os esforços que os países africanos de língua portuguesa e Timor-Leste tem centrado “em programas de capacitação e desenvolvimento social”. Além disso, a autora defende que a economia azul constitui “uma área de elevado potencial para a cooperação futura”, refere um comunicado de imprensa.

O Livro Branco inclui também quatro linhas condutoras para a RAEM, nomeadamente “a modernização da função de Macau enquanto plataforma sino lusófona”, “a construção de um polo internacional de inovação envolvendo Macau, a Grande Baía e os PLP”, “a implementação de um sistema integrado de formação de talento bilingue e especializado” e o “reforço das ligações económico-tecnológicas, com vista a posicionar Macau como ‘hub’ do ‘Sul Global’”.

O Instituto para a Investigação sobre os Países de Língua Portuguesa, entidade que organizou a apresentação do livro, salientou que o livro “representa o primeiro estudo consolidado em Macau dedicado à análise sistemática da cooperação científica e tecnológica entre a China e os nove PLP”. Para o Instituto, o Livro Branco constitui “uma nova linha de investigação contínua”.

João Simões, professor do Instituto, referiu que “o Livro Branco nasceu num momento de intensificação acelerada da competição tecnológica global e de crescente reconhecimento de que a ciência e a tecnologia deixaram de ser simples instrumentos de desenvolvimento”.

Por seu turno, o professor Ip Kuai Peng, vice-reitor da Universidade da Cidade de Macau e director do Instituto, afirmou que “a instituição tem desempenhado um papel estruturante na formação de talentos qualificados e na produção de conhecimento orientado para o desenvolvimento sustentável das relações entre a China e o espaço lusófono”.

Para o vice-reitor, “a cooperação sino-lusófona em ciência e tecnologia tornou-se uma força motriz essencial para o aprofundamento de parcerias multilaterais”.

Zhou Ping, director do Centro de Investigação “Belt and Road” da Universidade da Cidade de Macau disse esperar que “as conclusões do estudo possam servir de referência prática para decisores públicos e operadores económicos na promoção de uma cooperação mais equilibrada e sustentável”. Pedro Milheirão – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”


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