A Universidade da Cidade de Macau apresentou o “Livro Branco sobre a Cooperação Científica e Tecnológica entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, de Bárbara Pinto de Morais. A investigadora identificou um conjunto de desafios para as relações sino-lusófonas, reconhecendo alguns progressos, e deixa sugestões para o papel de Macau enquanto plataforma de ligação
A cooperação científica sino-lusófona
“atravessa uma fase de transformação significativa”, de acordo com Bárbara
Pinto de Morais, investigadora e autora do recente Livro Branco sobre a
Cooperação Científica e Tecnológica entre a China e os Países de Língua
Portuguesa (PLP). A publicação, que foi apresentada esta semana pela
Universidade da Cidade de Macau, identifica a “existência de assimetrias de
financiamento, barreias institucionais e constrangimentos geopolíticos” como os
principais desafios para as relações sino-lusófonas.
Contudo, Bárbara Pinto de Morais reconheceu a
consolidação de “parcerias em sectores de alta tecnologia” entre Portugal e
Brasil e os esforços que os países africanos de língua portuguesa e Timor-Leste
tem centrado “em programas de capacitação e desenvolvimento social”. Além
disso, a autora defende que a economia azul constitui “uma área de elevado
potencial para a cooperação futura”, refere um comunicado de imprensa.
O Livro Branco inclui também quatro linhas condutoras
para a RAEM, nomeadamente “a modernização da função de Macau enquanto
plataforma sino lusófona”, “a construção de um polo internacional de inovação
envolvendo Macau, a Grande Baía e os PLP”, “a implementação de um sistema
integrado de formação de talento bilingue e especializado” e o “reforço das
ligações económico-tecnológicas, com vista a posicionar Macau como ‘hub’
do ‘Sul Global’”.
O Instituto para a Investigação sobre os Países de Língua
Portuguesa, entidade que organizou a apresentação do livro, salientou que o
livro “representa o primeiro estudo consolidado em Macau dedicado à análise
sistemática da cooperação científica e tecnológica entre a China e os nove
PLP”. Para o Instituto, o Livro Branco constitui “uma nova linha de
investigação contínua”.
João Simões, professor do Instituto, referiu que “o Livro
Branco nasceu num momento de intensificação acelerada da competição tecnológica
global e de crescente reconhecimento de que a ciência e a tecnologia deixaram
de ser simples instrumentos de desenvolvimento”.
Por seu turno, o professor Ip Kuai Peng, vice-reitor da
Universidade da Cidade de Macau e director do Instituto, afirmou que “a
instituição tem desempenhado um papel estruturante na formação de talentos
qualificados e na produção de conhecimento orientado para o desenvolvimento
sustentável das relações entre a China e o espaço lusófono”.
Para o vice-reitor, “a cooperação sino-lusófona em
ciência e tecnologia tornou-se uma força motriz essencial para o aprofundamento
de parcerias multilaterais”.
Zhou Ping, director do Centro de Investigação “Belt and
Road” da Universidade da Cidade de Macau disse esperar que “as conclusões do
estudo possam servir de referência prática para decisores públicos e operadores
económicos na promoção de uma cooperação mais equilibrada e sustentável”. Pedro
Milheirão – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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