Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Macau – Editora Livros do Meio lança tradução para língua portuguesa dos escritos do Mestre Xun Kuang

A primeira tradução integral de chinês para português da obra completa do filósofo Xun Kuang, mais conhecido por Xun Zi, vai ser lançada no dia 10 deste mês de Setembro, pela editora Livros do Meio, numa co-edição com a Fundação Macau. “Escritos de Mestre Xun” integra 32 capítulos do filósofo confuciano.

A tradução da publicação é “uma pedra angular do pensamento filosófico chinês finalmente acessível ao leitor lusófono em edição definitiva e preenche uma lacuna crucial nos estudos filosóficos e sinológicos em língua portuguesa”, refere o texto de divulgação.

O trabalho conta com extensas notas explicativas, comentários críticos e uma introdução abrangente que situa Xun Zi no contexto do período dos Reinos Combatentes e traça a sua influência ao longo da história.

Diferente do seu contemporâneo Mencius, “que acreditava na bondade inata do ser humano”, Xun Zi defendia que a “natureza humana é originalmente má (xing er)”, e que a bondade é adquirida através do “esforço consciente, da educação ritualizada (li) e da orientação dos sábios e de um governo justo”, acrescenta a nota.

A obra aborda aspectos como ética, política, educação, linguagem e cosmologia, “oferecendo perspectivas surpreendentemente modernas sobre a natureza da sociedade”.

Xun Zi é caracterizado como um “gigante intelectual”, cujo pensamento é fundamental para entender não apenas o Confucionismo, mas toda a história intelectual chinesa. Publicar as suas obras completas em português é um “marco editorial e um presente para estudantes, académicos e todos os leitores que buscam compreender as bases da civilização chinesa”, salienta o comunicado do lançamento do livro.

A editora Livros do Meio refere que, depois de ter publicado recentemente o último dos Quatro Livros, torna este clássico acessível aos leitores de língua portuguesa. “Traduzir Xun Zi foi uma jornada de vários anos”, sublinha, acrescentando que “o racionalismo do filósofo chinês, a sua defesa da cultura como antídoto para o caos e a sua análise da linguagem ressoam de forma poderosa nos dias de hoje”.

A nossa maior preocupação, conclui o documento introdutório do evento, “foi também capturar a precisão e a força argumentativa do seu texto, permitindo que o leitor de língua portuguesa enfrente, pela primeira vez em toda a sua extensão, um dos pensadores mais lúcidos e desafiadores da humanidade”. Vítor Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”


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