A Universidade de Macau terminou mais uma edição do Curso de Verão de Português. Desta feita, houve um aumento do número de alunos face ao ano passado, foram 406, o equivalente a uma subida de 18%. Segundo Vítor Silva, um dos coordenadores do curso, a maioria dos estudantes veio do Interior da China, perfazendo 81% do total. Além disso, 61% dos alunos frequentaram o nível iniciante do curso. Ao Jornal Tribuna de Macau, o docente traçou um balanço positivo da edição deste ano, defendendo que a iniciativa tem condições para “aliciar” cada vez mais pessoas
Terminou
mais uma edição do Curso de Verão promovido pelo Departamento de Português da
Universidade de Macau (UM). Ao longo de várias semanas, alunos de várias partes
do mundo estiveram no território para aprender mais sobre a Língua de Camões.
Um dos coordenadores da iniciativa, Vítor Silva, disse ao Jornal Tribuna de Macau
que “foi um objectivo muito bem atingido por parte da UM e que se notou até
pelo aumento do número de alunos”. Este ano foram 406, contra 343 em 2024, uma
subida de 18%.
A
maioria dos estudantes é da China Continental, num total de 331, o equivalente
a 81,5% do total. Contabilizaram-se ainda 67 de Macau, três de Timor-Leste, um
de Taiwan e outro da Austrália. “Em geral, as 18 turmas tinham todas entre 20 a
23 alunos, sendo que 10 turmas eram do nível básico, quatro do elementar, três
do intermédio e uma de avançado”, explicou Vítor Silva, vincando que grande
parte são de iniciação.
Em
concreto, o docente indicou que 248 alunos frequentaram o nível de iniciação,
representando 61% do total, ao passo que 96 estiveram no nível elementar, 48 no
intermédio e 14 no nível avançado. “Muitos alunos eram, por exemplo, do nível
elementar que vinham da China, muitos deles de locais como Sichuan, Pequim… Mas
também aparecem muitos alunos que vêm de outras licenciaturas ou que vêm de
outras licenciaturas em línguas, mas não propriamente de Português. Daí haver
esse número exponencial de turmas do nível básico”, prosseguiu Vítor Silva.
O
docente da UM indicou que na maioria os alunos são dos primeiros anos de
licenciatura, à excepção de 24 que são enviados pela Direcção dos Serviços de
Educação e de Desenvolvimento da Juventude, que são um pouco mais jovens, uma
vez que frequentam as escolas secundárias. “Claro que há um ou outro caso mais
específico. Estou a lembrar-me de uma aluna que veio de Xinjiang, licenciada em
Economia, e que está a estudar Português porque esteve a trabalhar em Angola”,
contou.
Os
níveis intermédio e avançado tiveram 45 horas de disciplinas voltadas para a
língua e três módulos, de 15 horas, voltados para outros aspectos relacionados:
literatura, tradução e interpretação e ainda investigação.
Segundo
explicou Vítor Silva, o curso funcionou mais ou menos nos mesmos moldes das
últimas duas edições, além das aulas em si, houve actividades para os alunos se
ligarem também à cultura. “Durante a tarde tiveram as danças folclóricas e a
capoeira. Também tiveram outros dois tópicos, que foi Introdução aos Países de
Língua Portuguesa e outro intitulado Portugal contemporâneo”, indicou.
Além
disso, “os professores foram todos motivados para levar os seus alunos, a levar
cada turma, por exemplo, a passear pela cidade, houve alguns que foram visitar
exposições”. “Eu, por exemplo, levei duas turmas ao Tromba Rija”, acrescentou,
explicando que dessa forma puderam ficar a conhecer um pouco acerca da
gastronomia portuguesa. “Os alunos aproveitaram também para passear em Coloane
e Taipa, e certamente é um contexto que não têm nos sítios onde eles vivem”,
apontou.
Quanto
ao número de docentes, nesta 39ª edição estiveram envolvidos 20 professores de
língua ou de áreas específicas. “Houve algumas turmas que tiveram uma primeira
parte com um professor e outra com outro docente, dada a dificuldade de
encontrar docentes nesta altura”, explicou Vítor Silva. Além disso, houve
outros formadores para as actividades extracurriculares.
Vítor
Silva considera que o curso de Português de Verão “tem todas as condições para
continuar a ser cada vez mais aliciante e a motivar mais pessoas”. Catarina
Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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